Formação

Gestão Comunitária de Resíduos Orgânicos

De 23 a 28 de março de 2015. cerca de 45 pessoas participaram intensamente do curso de formação em gestão comunitária de resíduos sólidos urbanos orgânicos realizado pelo CEPAGRO - Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo, em Florianópolis.

Os participantes provenientes de outros estados ficaram acampados pelas cinco noites no aprazível Camping ecológico instalado dentro do Parque Estadual do Rio Vermelho, onde eram realizadas as palestras e oficinas e também as saborosas refeições diárias.
 
Foram realizadas visitas aos pátios de compostagem do próprio Camping, da COMCAP (empresa municipal responsável pela gestão dos resíduos urbanos de Florianópolis), do Parque Ecológico do Córrego Grande, do SESC Cacupé e da Escola Estadual América Dutra Machado

Também visitamos a comunidade Chico Mendes (bairro Monte Cristo) pioneira na gestão comunitária dos resíduos que produz. 

O transporte do grupo aos locais visitados foi oferecido pela Superintendência Federal no Estado de Santa Catarina do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Além da vivência e das visitas, os partiipantes puderam conhecer a metodologia premiada do CEPAGRO para projetos comunitários de gestão de resíduos orgânicos, discutir aspectos legais e institucionais que afetam a atividade, e sobretudo aprender as suas soluções simples e efetivas para a prática da compostagem.

Visite as páginas do CEPAGRO  1 - 2 - 3 e 4 sobre essa atividade com muitas outras informações



O trabalho de compostagem e agricultura urbana que o CEPAGRO realiza há anos em Santa Catarina já era bem conhecido por todos os presentes, principalmente por causa da "Revolução dos Baldinhos", o projeto premiado nacional e internacionalmente em andamento em comunidades de Florianópolis.

Mais recentemente o CEPAGRO vem prestando consultoria ao SESC de Santa Catarina na implantação de pátios de compostagem  para reciclar os resíduos de restaurantes e hotéis-escolas daquela entidade, em Florianópolis, Joinville, Lages e Blumenau.

Essas atividades de compostagem comunitária e institucional, bem como de educação ambiental e horticultura escolar, vêm sendo implementadas pela equipe técnica do CEPAGRO que reúne engenheiros agrônomos, biólogos, socióloga multitalentosos.

Ao lado e abaixo, a kombi da Revolução dos Baldinhos.
Saiba mais sobre o CEPAGRO, suas atividades, equipe e protagonismo.




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Desde 2014
, o CEPAGRO vem administrando o Camping do Parque Estadual onde foi realizado o curso.

A partir de então, a gestão dos resíduos sólidos foi aperfeiçoada, e hoje toda a área conta com diversos "PEVs" (pontos de entrega voluntária de resíduos), que contam com uma placa informativa e três contentores (um para resíduos secos recicláveis, outro para os orgânicos compostáveis, e outro para o rejeito inservível).

Os resíduos orgânicos alimentares produzidos pelos hóspedes acampados e pelo restautante local são levados para as leiras de compostagem preparadas tecnicamente em área de Camping reservada para a prática.



A experiência mostrou que identificar o conteúdo para cada contentor em sua própria tampa aumentou muito a eficácia da separação dos resíduos depositados neles pelos usuários do Camping.
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Atividade de compostagem no Camping ecológico
Abaixo, atividade prática na área de compostagem do Camping Ecológico do Parque Estadual do Rio Vermelho.
À direita, as bombonas de 50 litros cheias de resíduos alimentares para serem incorporados às leiras de compostagem.


Abaixo, cobrindo com palha os resíduos incluídos na leira. Note-se a palha da camada anterior arrastada para as beiras da leira, formando uma proteção lateral para os resíduos, evitando o acesso de animais. A palha usada hoje para cobrir os resíduos recém trazidos servirá de proteção lateral para o material a ser trazido proximamente.



Compostagem didática
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Um caixote com uma lateral de vidro é um ótimo recurso para demonstrar o processo da decomposição da matéria orgânica. Também é possível preparar "composteiros" visíveis usando garrafas PET.


Visita ao Museu do Lixo e à área de compostagem da COMCAP
A Companhia Melhoramentos da Capital é responsável pela gestão de resíduos de Florianópolis

Painel pintado para mostrar aos estudantes (visitas guiadas) todo o fluxo dos resíduos sólidos urbanos, de onde vêm e para onde vão, e os desvios possíveis para a reciclagem e compostagem, evitando que o lixo crescente sufo

Ao lado, salas do Museu. Acima, mosaico feito com tampinhas plásticas de garrafas de refrigerantes.



Acima, uma grande pilha de "palha" produzida com restos de poda e capina triturados para cobrir os resíduos orgânicos. À direita, a grande trituradora. capaz de moer ramos e galhos bastante grossos em material "estruturante", incluído misturado com os resíduos orgânicos para facilitar a aeração do material compostado.
Abaixo, duas leiras enormes, com mais de 3 metros de altura. lado a lado. A operação de compostagem da COMCAP é apoiada por máquinas para manejar os materiais.


Ao lado e acima, o caminhão usado para trazer bombonas cheias com resíduos orgânicos separados na fonte para serem compostados na área da COMCAP;
As bombonas de 50 litros contendo toneladas de resíduos orgânicos prontas para serem esvaziadas na leira de composto.
Basta aproximar a mão da grande leira para sentir o calor emanado pela atividade biológica dos quinquilhões de microorganismos que estão a decompor, dia e noite, os resíduos orgânicos incorporados ao composto.
Abaixo, empresas de jardinagem e paisagismo podem trazer seus restos de poda e resíduos vegetais para a área de compostagem da COMCAP.



Visita ao projeto Família Casca, no Parque Ecológico do Córrego Grande


O projeto Família Casca recebe um volume de resíduos menor do que a área da COMCAP, trazidos por vizinhos, que podem levar de volta o adubo finalizado.
Os restos alimentares que chegam são dispostos, associados a materiais vegetais mais secos, em leiras cercadas com bambu, abundante no local.
Abaixo, após o período de fermentação e maturação do composto, ele é transferido para o minhocário - "canteiros" cercados por mureta e protegidos do sol e da chuva - onde as minhocas transformam calmamente o adubo em húmus - fertilizante orgânico com propriedades biológicas ainda mais apreciadas pelas plantas.



Visita ao pátio de compostagem do SESC Cacupé


Acima, triturador com motor elétrico para picar os materiais mais grosseiros, necessários para "estruturar" as leiras, misturados com os resíduos orgânicos alimentares.
Ao lado, uma peneira retangular corre sobre uma estrutura de madeira, facilitando o trabalho de separar a fração mais fina de adubo para ser usada no viveiro de mudas, coberto por plástico translúcido e com as laterais teladas, abaixo.



Visita à Escola Estadual América Dutra Machado


Acima à esquerda, vista geral da área de compostagem da Escola. O monte no primeiro plano é apenas palha, trazida da CEASA-SC. À direita, duas leiras de composto.
Abaixo, início do preparo de uma nova leira. Primeiro são preparadas as "paredes" que darão a forma do composto. Sobre o fundo desse ninho, são depositados galhos e, sobre eles, materiais mais secos como serragem (grosseira), folhas, papel picado etc. O objetivo é facilitar a aeração, pois os microorganismos decompositores da matéria orgânica dependem da presença do oxigênio.



Acima, a chegada das treze bombonas, trazendo cerca de 650 litros / quilos de restos alimentares.  A cada semana, são compostados cerca de 1000 kg de resíduos orgânicos recolhidos pela Revolução dos Baldinhos e na própria Escola.
Abaixo, sobre uma camada com um pouco de composto curtido (que trazem os microorganismos que realização a decomposição dos resíduos), são lançados os resíduos. Nesse dia, a presença de tantas pessoas facilitou bastante o serviço. Normalmente são necessárias duas pessoas para revirar, juntas, as bombonas de 50 kg.



Acima, os resíduos são misturados com os materiais "estruturantes" (serragem grosseira, poda picada, folhas, papel picado etc.) para evitar que o peso dos restos alimentares e a água que trazem dificultem a presença de ar no interior da leira.
Abaixo, uma nova camada de adubo maduro está sendo incorporada para ser misturada com os resíduos alimentares e materiais mais secos, e finalmente toda a leira é coberta com palha ou outros materiais vegetais secos. Quando chegar uma nova carga, esta cobertura será afastada para as laterais da leira, aumentando a altura das "paredes" e formando um "ninho" para os resíduos, que serão misturados ao material antigo e a mais serragem, folhas etc., e cobertos com nova camada de palha.

Abaixo e ao lado, a lavação das bombonas.  A água usada é redirecionada para as leiras, de onde evapora, mas deixando o material compostado mais enriquecido pelos nutrientes que ela continha.


Visita à Comunidade Chico Mendes - Revolução dos Baldinhos

Enquanto aguarda a liberação de um terreno municipal onde instalará seu pátio de compostagem, a Revolução dos Baldinhos está encaminhando cerca de 1000 kg de resíduos para a uma área provisória na Escola Estadual América Dutra Machado (acima)
A peneira instalada no galpão da Revolução dos Baldinhos permite a separação do composto processado em três produtos finais, conforme o tamanho das partículas.
O composto pronto e peneirado é distribuído para os moradores que participam da Revolução, separando seus residuos orgânicos. Havendo excedente, é vendido.
A Revolução dos Baldinhos conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil e da Fundação InterAmericana, entre outras entidades.

Preparo das leiras de compostagem



Drenagem para centros de compostagem comunitária